Filmes experimentais, polaroids e a essência de um artista visual carioca
Na vibrante cena artística do Brasil, raramente se encontra um nome tão impactante quanto o do artista visual carioca Marcos Bonisson. A sua jornada pela arte é marcada por uma constante busca de novas formas de expressão e experimentação. A exposição “Fílmicas”, que acontece na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, nos presenteia com uma coletânea singular de obras que refletem suas experiências de vida, inquietações, e a própria essência de um artista que não tem medo de explorar. Neste artigo, vamos nos aprofundar na figura de Bonisson, assim como nas suas obras e na relevância da EAV como um espaço de formação e fomento à criação artística no Brasil.
Marcos Bonisson | Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Ao percorrermos a trajetória de Marcos Bonisson, imediatamente notamos que ele não é apenas um artista, mas também um educador e pesquisador que dedicou boa parte de sua vida ao ensino. Professor da EAV há uma década, Bonisson traz uma bagagem rica e diversificada, enriquecida por suas experiências e vivências no Brasil e no exterior. Ele é um exemplo claro de como a arte pode ser um meio poderoso de expressão e transformação, sendo capaz de afetar não apenas quem a cria, mas também aqueles que têm a sorte de testemunhá-la.
Na EAV, a obra de Bonisson encontra um espaço de acolhimento e de diálogo. As instâncias pedagógicas oferecidas pela escola permitem que ele compartilhe conhecimentos adquiridos ao longo de anos de experiência, tanto em sala de aula quanto em seus projetos artísticos. Em suas aulas, a exploração de linguagens visuais, como a videoarte e a fotografia, é um dos focos principais que ajudam a formar novas gerações de artistas.
Participar de exposições, como a “Fílmicas”, é não apenas um reflexo da maturidade artística de Bonisson, mas uma maneira de retribuir ao espaço que o acolheu. E é essa troca, entre ensinar e aprender, que fornece um dinamismo essencial ao ambiente criativo da EAV. A diversidade de disciplinas oferecidas — que vão desde gravura até escultura e vídeo, como foi sua trajetória pessoal — ressalta a importância da experimentação no processo artístico.
A Exposição e suas Obras
A exposição “Fílmicas”, que se inicia em março de 2025, é uma verdadeira imersão no universo criativo de Bonisson e está sob a curadoria de André Sheik, que traz uma abordagem instigante e reflexiva ao trabalho do artista. As Cavalariças, um espaço que carrega história e significado, são transformadas em um cenário onde as obras, em diferentes formatos, dialogam entre si e com o ambiente.
Bonisson descreve suas obras como “signos em rotação”, e essa perspectiva traz à tona a ideia de que cada peça é única, criada a partir de um processo de seleção e combinação de imagens, que podem ser tanto registros próprios quanto de outros artistas. Essa abordagem revela uma verdadeira colagem de experiências, lembranças e refletem o movimento constante do tempo — uma temática essencial na obra de Bonisson.
Na primeira sala da exposição, encontramos a versatilidade da produção do artista exposta de forma impressionante. As esculturas em pedras portuguesas, coletadas em suas andanças pelo Rio de Janeiro, foram conceitualmente designadas por ele como “Objetos fílmicos”. Nesse contexto, as pedras não são apenas elementos físicos, mas também símbolos de um percurso, uma narrativa que se entrelaça com as próprias vivências do artista.
Outro destaque da exposição é a série “Kinolooks-Noir”, composta por fotografias que surgiram a partir de errâncias em Nova York, lugar que Bonisson explorou durante os anos de 1985 a 1987. Essas imagens, montadas em caixas pretas, trazem um jogo entre o espaço urbano e a fragilidade do momento capturado, representando uma de suas muitas viagens pelo universo da percepção.
A Importância do Espaço na Arte de Bonisson
Um dos aspectos mais fascinantes a respeito da obra de Marcos Bonisson é sua relação intrínseca com o espaço em que está inserida. A arquitetura das Cavalariças, por exemplo, não é apenas um pano de fundo, mas sim um componente vital que influencia a disposição das obras, assim como a forma como o público as percebe. Essa interação ressalta a ideia de que o espaço não é um simples palco; ele é um organismo vivo que respira e se transforma junto com a arte.
Essa abordagem pode ser vista claramente em sua obra “ZigZag”, que utiliza hastes de bambu para criar uma intervenção espacial dinâmica. Ao tensionar essas hastes com uma fita preta, Bonisson faz uma reflexão sobre movimento e a própria essência da arte contemporânea, desafiando o espectador a reconsiderar o que pode ser entendido como “obra de arte”.
Marcos Bonisson: Um Artista Multidimensional
A jornada artística de Bonisson é dividida em várias fases, refletindo sua evolução ao longo do tempo. Desde os primórdios na EAV, onde ele experimentou com diversas técnicas, até a criação de vídeos e filmes experimentais, seu percurso se caracteriza por um constante aprimoramento e reinvenção. Esses aspectos são claramente apresentados na segunda sala da exposição, onde uma seleção de filmes experimentais é projetada em looping.
Dentre esses filmes, “Kopacabana” e “Korruptas” destacam-se por seus temas inovadores e narrativas envolventes. “Kopacabana”, que mistura poesia e técnica cinematográfica, foi uma parceria com o artista Khalil Charif e é um exemplo perfeito de como Bonisson consegue capturar a essência dos lugares que explora através de sua arte. Já “Korruptas” oferece uma narrativa igualmente rica, criada a partir de imagens desenvolvidas nas décadas passadas, que se entrelaçam com questões contemporâneas.
Além dos filmes, Bonisson também apresenta outros formatos, como as séries de polaroids “Plano Infiltrado”, “Plano Geral” e “Contra Plano”, que brincam com a deterioração do material e a aleatoriedade, resultando em imagens intrigantes e poéticas. Essas obras adicionam mais uma camada ao seu trabalho, revelando a riqueza de sua ética criativa.
Marcos Bonisson | Escola de Artes Visuais do Parque Lage: Uma Interseção de Arte e Educação
A EAV Parque Lage, onde Marcos Bonisson leciona, é mais do que uma simples escola de artes; é um verdadeiro celeiro de criatividade e experimentação. O ambiente histórico e a arquitetura do espaço se combinam para criar uma atmosfera inspiradora que estimula a inovação. Aqui, os alunos têm a oportunidade de explorar suas próprias vozes artísticas sob a orientação de profissionais experientes como Bonisson.
As aulas que ele ministra — “Introdução à Videoarte”, “Livro Inventado” e “Linguagens Visuais” — são espaços de aprendizagem onde a troca de ideias e o diálogo são fundamentais. Os alunos são encorajados a experimentar com métodos e técnicas, a fim de encontrar suas próprias expressões artísticas. Essa abordagem pedagógica não apenas prepara os alunos para os desafios do mundo da arte, mas também os inspira a questionar e a desafiar as normas estabelecidas.
Perguntas Frequentes
O que é a exposição “Fílmicas”?
“Fílmicas” é uma individual do artista visual Marcos Bonisson, que reúne diversas obras e formatos, com curadoria de André Sheik, começando em março de 2025 na EAV Parque Lage.
Quais são os temas abordados nas obras de Marcos Bonisson?
As obras de Bonisson refletem suas experiências pessoais e emocionais, explorando temas como movimento, espaço e o tempo, além de abordar as linguagens do cinema e da fotografia.
Como Bonisson relaciona suas obras ao espaço onde são exibidas?
Bonisson considera o espaço expositivo, como as Cavalariças, um elemento constitutivo de suas obras, influenciando a forma como elas são apresentadas e como o público as percebe.
Quais são algumas das técnicas que Bonisson utiliza em suas obras?
Ele utiliza uma variedade de técnicas, incluindo fotografia, vídeo, escultura e instalações, sempre buscando novos formatos e linguagens para expressar suas ideias.
De que forma a EAV Parque Lage contribui para o desenvolvimento artístico de seus alunos?
A EAV oferece um ambiente de aprendizado dinâmico onde os alunos podem experimentar e desenvolver suas próprias práticas artísticas sob a orientação de professores experientes.
Quais são algumas das séries mais famosas de Bonisson?
Entre suas obras mais notáveis estão as séries de polaroids “Plano Infiltrado”, “Plano Geral” e “Contra Plano”, além dos filmes experimentais como “Kopacabana” e “Korruptas”.
Conclusão
Marcos Bonisson é, sem dúvida, uma figura central na cena artística contemporânea do Brasil. Sua abordagem inovadora, que mescla diversas técnicas e formatos, ressoa amplamente no contexto da arte atual, oferecendo valiosas reflexões e diálogos sobre o nosso tempo. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage, por sua vez, serve como um vetor de sua expressão artística e pedagógica, possibilitando que novos artistas se desenvolvam e prosperem. A exposição “Fílmicas” certamente será uma experiência rica e envolvente, repleta de insights e descobertas para todos aqueles que desejam entender mais sobre a arte contemporânea e as nuances da vida de um artista multifacetado como Marcos Bonisson.
Filmes experimentais, polaroids e a essência de um artista visual carioca
Na vibrante cena artística do Brasil, raramente se encontra um nome tão impactante quanto o do artista visual carioca Marcos Bonisson. A sua jornada pela arte é marcada por uma constante busca de novas formas de expressão e experimentação. A exposição “Fílmicas”, que acontece na Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage, nos presenteia com uma coletânea singular de obras que refletem suas experiências de vida, inquietações, e a própria essência de um artista que não tem medo de explorar. Neste artigo, vamos nos aprofundar na figura de Bonisson, assim como nas suas obras e na relevância da EAV como um espaço de formação e fomento à criação artística no Brasil.
Marcos Bonisson | Escola de Artes Visuais do Parque Lage
Ao percorrermos a trajetória de Marcos Bonisson, imediatamente notamos que ele não é apenas um artista, mas também um educador e pesquisador que dedicou boa parte de sua vida ao ensino. Professor da EAV há uma década, Bonisson traz uma bagagem rica e diversificada, enriquecida por suas experiências e vivências no Brasil e no exterior. Ele é um exemplo claro de como a arte pode ser um meio poderoso de expressão e transformação, sendo capaz de afetar não apenas quem a cria, mas também aqueles que têm a sorte de testemunhá-la.
Na EAV, a obra de Bonisson encontra um espaço de acolhimento e de diálogo. As instâncias pedagógicas oferecidas pela escola permitem que ele compartilhe conhecimentos adquiridos ao longo de anos de experiência, tanto em sala de aula quanto em seus projetos artísticos. Em suas aulas, a exploração de linguagens visuais, como a videoarte e a fotografia, é um dos focos principais que ajudam a formar novas gerações de artistas.
Participar de exposições, como a “Fílmicas”, é não apenas um reflexo da maturidade artística de Bonisson, mas uma maneira de retribuir ao espaço que o acolheu. E é essa troca, entre ensinar e aprender, que fornece um dinamismo essencial ao ambiente criativo da EAV. A diversidade de disciplinas oferecidas — que vão desde gravura até escultura e vídeo, como foi sua trajetória pessoal — ressalta a importância da experimentação no processo artístico.
A Exposição e suas Obras
A exposição “Fílmicas”, que se inicia em março de 2025, é uma verdadeira imersão no universo criativo de Bonisson e está sob a curadoria de André Sheik, que traz uma abordagem instigante e reflexiva ao trabalho do artista. As Cavalariças, um espaço que carrega história e significado, são transformadas em um cenário onde as obras, em diferentes formatos, dialogam entre si e com o ambiente.
Bonisson descreve suas obras como “signos em rotação”, e essa perspectiva traz à tona a ideia de que cada peça é única, criada a partir de um processo de seleção e combinação de imagens, que podem ser tanto registros próprios quanto de outros artistas. Essa abordagem revela uma verdadeira colagem de experiências, lembranças e refletem o movimento constante do tempo — uma temática essencial na obra de Bonisson.
Na primeira sala da exposição, encontramos a versatilidade da produção do artista exposta de forma impressionante. As esculturas em pedras portuguesas, coletadas em suas andanças pelo Rio de Janeiro, foram conceitualmente designadas por ele como “Objetos fílmicos”. Nesse contexto, as pedras não são apenas elementos físicos, mas também símbolos de um percurso, uma narrativa que se entrelaça com as próprias vivências do artista.
Outro destaque da exposição é a série “Kinolooks-Noir”, composta por fotografias que surgiram a partir de errâncias em Nova York, lugar que Bonisson explorou durante os anos de 1985 a 1987. Essas imagens, montadas em caixas pretas, trazem um jogo entre o espaço urbano e a fragilidade do momento capturado, representando uma de suas muitas viagens pelo universo da percepção.
A Importância do Espaço na Arte de Bonisson
Um dos aspectos mais fascinantes a respeito da obra de Marcos Bonisson é sua relação intrínseca com o espaço em que está inserida. A arquitetura das Cavalariças, por exemplo, não é apenas um pano de fundo, mas sim um componente vital que influencia a disposição das obras, assim como a forma como o público as percebe. Essa interação ressalta a ideia de que o espaço não é um simples palco; ele é um organismo vivo que respira e se transforma junto com a arte.
Essa abordagem pode ser vista claramente em sua obra “ZigZag”, que utiliza hastes de bambu para criar uma intervenção espacial dinâmica. Ao tensionar essas hastes com uma fita preta, Bonisson faz uma reflexão sobre movimento e a própria essência da arte contemporânea, desafiando o espectador a reconsiderar o que pode ser entendido como “obra de arte”.
Marcos Bonisson: Um Artista Multidimensional
A jornada artística de Bonisson é dividida em várias fases, refletindo sua evolução ao longo do tempo. Desde os primórdios na EAV, onde ele experimentou com diversas técnicas, até a criação de vídeos e filmes experimentais, seu percurso se caracteriza por um constante aprimoramento e reinvenção. Esses aspectos são claramente apresentados na segunda sala da exposição, onde uma seleção de filmes experimentais é projetada em looping.
Dentre esses filmes, “Kopacabana” e “Korruptas” destacam-se por seus temas inovadores e narrativas envolventes. “Kopacabana”, que mistura poesia e técnica cinematográfica, foi uma parceria com o artista Khalil Charif e é um exemplo perfeito de como Bonisson consegue capturar a essência dos lugares que explora através de sua arte. Já “Korruptas” oferece uma narrativa igualmente rica, criada a partir de imagens desenvolvidas nas décadas passadas, que se entrelaçam com questões contemporâneas.
Além dos filmes, Bonisson também apresenta outros formatos, como as séries de polaroids “Plano Infiltrado”, “Plano Geral” e “Contra Plano”, que brincam com a deterioração do material e a aleatoriedade, resultando em imagens intrigantes e poéticas. Essas obras adicionam mais uma camada ao seu trabalho, revelando a riqueza de sua ética criativa.
Marcos Bonisson | Escola de Artes Visuais do Parque Lage: Uma Interseção de Arte e Educação
A EAV Parque Lage, onde Marcos Bonisson leciona, é mais do que uma simples escola de artes; é um verdadeiro celeiro de criatividade e experimentação. O ambiente histórico e a arquitetura do espaço se combinam para criar uma atmosfera inspiradora que estimula a inovação. Aqui, os alunos têm a oportunidade de explorar suas próprias vozes artísticas sob a orientação de profissionais experientes como Bonisson.
As aulas que ele ministra — “Introdução à Videoarte”, “Livro Inventado” e “Linguagens Visuais” — são espaços de aprendizagem onde a troca de ideias e o diálogo são fundamentais. Os alunos são encorajados a experimentar com métodos e técnicas, a fim de encontrar suas próprias expressões artísticas. Essa abordagem pedagógica não apenas prepara os alunos para os desafios do mundo da arte, mas também os inspira a questionar e a desafiar as normas estabelecidas.
Perguntas Frequentes
O que é a exposição “Fílmicas”?
“Fílmicas” é uma individual do artista visual Marcos Bonisson, que reúne diversas obras e formatos, com curadoria de André Sheik, começando em março de 2025 na EAV Parque Lage.
Quais são os temas abordados nas obras de Marcos Bonisson?
As obras de Bonisson refletem suas experiências pessoais e emocionais, explorando temas como movimento, espaço e o tempo, além de abordar as linguagens do cinema e da fotografia.
Como Bonisson relaciona suas obras ao espaço onde são exibidas?
Bonisson considera o espaço expositivo, como as Cavalariças, um elemento constitutivo de suas obras, influenciando a forma como elas são apresentadas e como o público as percebe.
Quais são algumas das técnicas que Bonisson utiliza em suas obras?
Ele utiliza uma variedade de técnicas, incluindo fotografia, vídeo, escultura e instalações, sempre buscando novos formatos e linguagens para expressar suas ideias.
De que forma a EAV Parque Lage contribui para o desenvolvimento artístico de seus alunos?
A EAV oferece um ambiente de aprendizado dinâmico onde os alunos podem experimentar e desenvolver suas próprias práticas artísticas sob a orientação de professores experientes.
Quais são algumas das séries mais famosas de Bonisson?
Entre suas obras mais notáveis estão as séries de polaroids “Plano Infiltrado”, “Plano Geral” e “Contra Plano”, além dos filmes experimentais como “Kopacabana” e “Korruptas”.
Conclusão
Marcos Bonisson é, sem dúvida, uma figura central na cena artística contemporânea do Brasil. Sua abordagem inovadora, que mescla diversas técnicas e formatos, ressoa amplamente no contexto da arte atual, oferecendo valiosas reflexões e diálogos sobre o nosso tempo. A Escola de Artes Visuais do Parque Lage, por sua vez, serve como um vetor de sua expressão artística e pedagógica, possibilitando que novos artistas se desenvolvam e prosperem. A exposição “Fílmicas” certamente será uma experiência rica e envolvente, repleta de insights e descobertas para todos aqueles que desejam entender mais sobre a arte contemporânea e as nuances da vida de um artista multifacetado como Marcos Bonisson.