A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage se destaca como um importante espaço de criação e reflexão artística no Brasil. Inaugurada em 17 de setembro, a exposição “Presente”, da artista visual carioca Fábia Schnoor, é uma oportunidade de mergulhar no universo singular dessa profissional que explora memórias, tempo e gestos em suas obras. Neste artigo, detalharemos a vida e a obra de Fábia Schnoor, enfatizando sua contribuição para a EAV Parque Lage, como seus trabalhos desafiam a perceção do tempo e da memória, e de que forma tudo isso se conecta à estrutura histórica da Capelinha.
Fábia Schnoor | EAV Parque Lage
Fábia Schnoor é uma figura central na cena da arte contemporânea carioca e uma das vozes mais originais deste novo milênio. Graduada na própria EAV, Schnoor traz um olhar inovador para o campo das artes visuais, onde pesquisa profundamente conceitos como memória e tempo. A artista não se limita apenas a um único meio; ela transita por diversas linguagens – da escultura à colagem, da fotografia à instalação, estabelecendo um diálogo rico e multifacetado com o espectador.
Na EAV Parque Lage, Fábia ocupa a função de professora, onde ministra o curso “Arqueologia do Cotidiano”. Esse curso, assim como a exposição “Presente”, está intrinsecamente ligado à sua busca por ressignificar o passado e trazer à luz as conexões entre o que lembramos e o que escolhemos esquecer. Sua prática artística nos provoca a refletir sobre as histórias não contadas e as memórias que, de certa forma, definem a nossa identidade enquanto indivíduos e sociedade.
A escolha da Capelinha como o espaço para receber suas obras não é meramente estética; a preservação da arquitetura histórica do local se alinha à intenção da artista de conectar elementos do passado com o presente. A Capelinha, um bem cultural, convida à reflexão sobre a importância da história e da memória na construção de uma narrativa coletiva. “As obras de Fábia Schnoor nos conectam com o tempo presente do ser-existir, cujo passado é uma invenção e o futuro um projeto”, afirma a curadora Adriana Nakamuta, destacando a relevância desse diálogo artístico.
A Exposição e seus Elementos
Cerca de 20 obras de Fábia ocupam a Capelinha, todas elas revelando os temas centrais da sua pesquisa: o tempo, a memória e a materialidade. Dentre as obras, “Vibradores para ouvir e falar” se destaca por sua proposta interativa, onde as esculturas em cerâmica servem como instrumentos de comunicação. Esse “órgão externo”, inspirado no estetoscópio, permite que o espectador sinta a arte não apenas visualmente, mas também através da escuta e do som.
Além disso, as pequenas esculturas em forma de vulcões, que utilizam a pintura como material, nos convidam a refletir sobre a transformação da matéria. A artista utiliza esses elementos para mostrar como a arte pode servir como um registro do tempo, um testemunho da experiência humana e das suas constantes mudanças. As “Frases de permanência”, criadas durante a pandemia, surgem como uma resposta poética às dificuldades do isolamento e à reflexão necessária nos tempos de crise.
Os processos criativos de Fábia Schnoor são pautados pela experimentação. A artista explora cada material de modo a trazer à tona suas propriedades intrínsecas. “Tenho interesse especial pelo acaso, pelo erro, e os caminhos que resultam de ambos”, diz Schnoor, revelando sua visão sobre a arte como um espaço de liberdade, onde o inesperado é sempre bem-vindo. Essa abordagem enriquecedora se reflete não apenas nas suas obras, mas também em sua prática como educadora.
A Filosofia por Trás da Obra
Um dos conceitos mais intrigantes presentes na obra de Fábia Schnoor é a relação entre memória e esquecimento. A artista provoca o público a questionar: “De que forma esse esquecimento está implícito no que resiste?” Essa reflexão é fundamental, pois nos leva a considerar que a memória não é um repositório fixo, mas um processo ativo e dinâmico que varia com o tempo e as circunstâncias.
A partir desse ponto, Schnoor utiliza conceitos da filosofia para reforçar suas ideias. O estudo sobre “A escrita das coisas”, do filósofo francês Michel Foucault, serve como disparador para sua série “Objeto de desenhar”. Esses trabalhos, que vão do “fuet fuet” a outras obras, é uma forma de traduzir os gestos cotidianos da artista em uma linguagem visual rica e evocativa. Essa conexão com a filosofia abre um leque de interpretações e inspirações, demonstrando o quanto a arte pode dialogar com outros campos do conhecimento.
A Influência da EAV Parque Lage
A EAV Parque Lage não é apenas uma escola, mas um centro de produção artística que fomenta o debate e a experimentação. A presença de Fábia Schnoor neste ambiente criativo reforça a importância da instituição na formação de novos artistas, oferecendo um espaço onde a diversidade de vozes e expressões é respeitada e incentivada.
A curadoria de Adriana Nakamuta, que reuniu as obras de Schnoor com um olhar atento às possibilidades do espaço, é uma prova do compromisso da EAV com a arte contemporânea. Ao promover exposições que tratam de temas relevantes e atuais, a escola contribui para o fortalecimento da cena cultural carioca, tornando-se um ponto de referência imprescindível.
Perguntas Frequentes
Qual é a importância da exposição “Presente” na EAV Parque Lage?
A exposição “Presente” é um momento importante de reflexão sobre a memória e o tempo na arte contemporânea, representando o trabalho da artista Fábia Schnoor.
Quem é Adriana Nakamuta?
Adriana Nakamuta é a curadora da exposição “Presente” e possui uma visão aguçada sobre as obras de Fábia, conectando-as ao espaço histórico da Capelinha.
Como Fábia Schnoor utiliza a memória em suas obras?
A artista explora a memória de forma dinâmica, refletindo sobre o que é lembrado e o que é esquecido, utilizando esses conceitos em suas criações.
Quais são algumas das obras em destaque na exposição?
Dentre as obras, se destacam “Vibradores para ouvir e falar”, obras em cerâmica que fomentam a comunicação, e as “Frases de permanência”, criadas durante a pandemia.
O que a Capelinha representa para a exposição?
A Capelinha é um espaço histórico que conecta a arte contemporânea à memória e à tradição, servindo como um pano de fundo significativo para as obras de Fábia.
Como a EAV Parque Lage contribui para a cena artística carioca?
A EAV Parque Lage é um centro de criação que promove experimentações e diálogos, apoiando o desenvolvimento de novas vozes e tendências no campo da arte.
Conclusão
A exposição “Presente” de Fábia Schnoor na EAV Parque Lage é uma fascinante intersecção entre arte, memória e história. Através de sua obra, Schnoor nos convida a refletir sobre as complexidades do ser-existir e a importância de recordar e esquecer em nosso cotidiano. A EAV, como um espaço de formação e experimentação artística, complementa essa proposta, reforçando seu papel como um pilar da cultura contemporânea no Brasil. Ao visitar a exposição, o público é não apenas espectador, mas um participante ativo nesse diálogo crucial sobre nossa condição humana.
A Escola de Artes Visuais (EAV) do Parque Lage se destaca como um importante espaço de criação e reflexão artística no Brasil. Inaugurada em 17 de setembro, a exposição “Presente”, da artista visual carioca Fábia Schnoor, é uma oportunidade de mergulhar no universo singular dessa profissional que explora memórias, tempo e gestos em suas obras. Neste artigo, detalharemos a vida e a obra de Fábia Schnoor, enfatizando sua contribuição para a EAV Parque Lage, como seus trabalhos desafiam a perceção do tempo e da memória, e de que forma tudo isso se conecta à estrutura histórica da Capelinha.
Fábia Schnoor | EAV Parque Lage
Fábia Schnoor é uma figura central na cena da arte contemporânea carioca e uma das vozes mais originais deste novo milênio. Graduada na própria EAV, Schnoor traz um olhar inovador para o campo das artes visuais, onde pesquisa profundamente conceitos como memória e tempo. A artista não se limita apenas a um único meio; ela transita por diversas linguagens – da escultura à colagem, da fotografia à instalação, estabelecendo um diálogo rico e multifacetado com o espectador.
Na EAV Parque Lage, Fábia ocupa a função de professora, onde ministra o curso “Arqueologia do Cotidiano”. Esse curso, assim como a exposição “Presente”, está intrinsecamente ligado à sua busca por ressignificar o passado e trazer à luz as conexões entre o que lembramos e o que escolhemos esquecer. Sua prática artística nos provoca a refletir sobre as histórias não contadas e as memórias que, de certa forma, definem a nossa identidade enquanto indivíduos e sociedade.
A escolha da Capelinha como o espaço para receber suas obras não é meramente estética; a preservação da arquitetura histórica do local se alinha à intenção da artista de conectar elementos do passado com o presente. A Capelinha, um bem cultural, convida à reflexão sobre a importância da história e da memória na construção de uma narrativa coletiva. “As obras de Fábia Schnoor nos conectam com o tempo presente do ser-existir, cujo passado é uma invenção e o futuro um projeto”, afirma a curadora Adriana Nakamuta, destacando a relevância desse diálogo artístico.
A Exposição e seus Elementos
Cerca de 20 obras de Fábia ocupam a Capelinha, todas elas revelando os temas centrais da sua pesquisa: o tempo, a memória e a materialidade. Dentre as obras, “Vibradores para ouvir e falar” se destaca por sua proposta interativa, onde as esculturas em cerâmica servem como instrumentos de comunicação. Esse “órgão externo”, inspirado no estetoscópio, permite que o espectador sinta a arte não apenas visualmente, mas também através da escuta e do som.
Além disso, as pequenas esculturas em forma de vulcões, que utilizam a pintura como material, nos convidam a refletir sobre a transformação da matéria. A artista utiliza esses elementos para mostrar como a arte pode servir como um registro do tempo, um testemunho da experiência humana e das suas constantes mudanças. As “Frases de permanência”, criadas durante a pandemia, surgem como uma resposta poética às dificuldades do isolamento e à reflexão necessária nos tempos de crise.
Os processos criativos de Fábia Schnoor são pautados pela experimentação. A artista explora cada material de modo a trazer à tona suas propriedades intrínsecas. “Tenho interesse especial pelo acaso, pelo erro, e os caminhos que resultam de ambos”, diz Schnoor, revelando sua visão sobre a arte como um espaço de liberdade, onde o inesperado é sempre bem-vindo. Essa abordagem enriquecedora se reflete não apenas nas suas obras, mas também em sua prática como educadora.
A Filosofia por Trás da Obra
Um dos conceitos mais intrigantes presentes na obra de Fábia Schnoor é a relação entre memória e esquecimento. A artista provoca o público a questionar: “De que forma esse esquecimento está implícito no que resiste?” Essa reflexão é fundamental, pois nos leva a considerar que a memória não é um repositório fixo, mas um processo ativo e dinâmico que varia com o tempo e as circunstâncias.
A partir desse ponto, Schnoor utiliza conceitos da filosofia para reforçar suas ideias. O estudo sobre “A escrita das coisas”, do filósofo francês Michel Foucault, serve como disparador para sua série “Objeto de desenhar”. Esses trabalhos, que vão do “fuet fuet” a outras obras, é uma forma de traduzir os gestos cotidianos da artista em uma linguagem visual rica e evocativa. Essa conexão com a filosofia abre um leque de interpretações e inspirações, demonstrando o quanto a arte pode dialogar com outros campos do conhecimento.
A Influência da EAV Parque Lage
A EAV Parque Lage não é apenas uma escola, mas um centro de produção artística que fomenta o debate e a experimentação. A presença de Fábia Schnoor neste ambiente criativo reforça a importância da instituição na formação de novos artistas, oferecendo um espaço onde a diversidade de vozes e expressões é respeitada e incentivada.
A curadoria de Adriana Nakamuta, que reuniu as obras de Schnoor com um olhar atento às possibilidades do espaço, é uma prova do compromisso da EAV com a arte contemporânea. Ao promover exposições que tratam de temas relevantes e atuais, a escola contribui para o fortalecimento da cena cultural carioca, tornando-se um ponto de referência imprescindível.
Perguntas Frequentes
Qual é a importância da exposição “Presente” na EAV Parque Lage?
A exposição “Presente” é um momento importante de reflexão sobre a memória e o tempo na arte contemporânea, representando o trabalho da artista Fábia Schnoor.
Quem é Adriana Nakamuta?
Adriana Nakamuta é a curadora da exposição “Presente” e possui uma visão aguçada sobre as obras de Fábia, conectando-as ao espaço histórico da Capelinha.
Como Fábia Schnoor utiliza a memória em suas obras?
A artista explora a memória de forma dinâmica, refletindo sobre o que é lembrado e o que é esquecido, utilizando esses conceitos em suas criações.
Quais são algumas das obras em destaque na exposição?
Dentre as obras, se destacam “Vibradores para ouvir e falar”, obras em cerâmica que fomentam a comunicação, e as “Frases de permanência”, criadas durante a pandemia.
O que a Capelinha representa para a exposição?
A Capelinha é um espaço histórico que conecta a arte contemporânea à memória e à tradição, servindo como um pano de fundo significativo para as obras de Fábia.
Como a EAV Parque Lage contribui para a cena artística carioca?
A EAV Parque Lage é um centro de criação que promove experimentações e diálogos, apoiando o desenvolvimento de novas vozes e tendências no campo da arte.
Conclusão
A exposição “Presente” de Fábia Schnoor na EAV Parque Lage é uma fascinante intersecção entre arte, memória e história. Através de sua obra, Schnoor nos convida a refletir sobre as complexidades do ser-existir e a importância de recordar e esquecer em nosso cotidiano. A EAV, como um espaço de formação e experimentação artística, complementa essa proposta, reforçando seu papel como um pilar da cultura contemporânea no Brasil. Ao visitar a exposição, o público é não apenas espectador, mas um participante ativo nesse diálogo crucial sobre nossa condição humana.